segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Integração de Mídias na Escola


A inserção tecnológica no ambiente escolar é uma realidade concreta que apresenta novos desafios propondo transformações significativas nos moldes de ensino/aprendizagem. Para lidar com esta demanda se faz necessário que o professor trabalhe no sentido de que as tecnologias devem ser utilizadas de acordo com os propósitos educacionais e as estratégias mais adequadas para possibilite ao aluno a aprendizagem de forma construtiva, de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções do conhecimento na era tecnológica.
A nossa realidade pedagógica na era digital ainda deixa muito a desejar no trato didático do uso das mídias no cotidiano escolar em razão disto consideramos como aspectos urgentes e necessários para desenvolver um trabalho pedagógico integrando as mídias no contexto escolar:
1 - O educador deve conhecer (num processo de formação continuada) o que cada uma dessas facilidades tecnológicas tem a oferecer e como pode ser explorada em diferentes situações educacionais. Hoje muito se fala em tecnologias, mas na verdade o professor pouco tem sido capacitado para tal e ao sentir-se mais familiarizado com as questões técnicas, o professor pode dedicar-se à exploração ele poderá integrar conteúdos disciplinares, desenvolver diversas atividades utilizando os recursos das tecnologias digitais desafiando os alunos de maneira que o trabalho pedagógico deixe de ser o ato de transmitir informação e passa a ser o de criar ambientes de aprendizagem para que o aluno possa interagir com uma variedade de situações e problemas, auxiliando-o em sua interpretação para que consiga construir novos conhecimentos.
2 - Que as mídias possam ser integradas ao trabalho pedagógico dentro de uma visão sistêmica de planejamento multidisciplinaridade na produção dos conhecimentos de forma que atenda a globalidade como ferramentas colaborativas para além de uma mera abordagem limitada exclusivamente a uma mídia e ainda sendo utilizada como ferramenta tapa buraco, desconecta e mal planejada, pois restringe e limita o campo da mídia que prescinde revelar o cerne da linguagem e dos produtos dessa cultura audiovisual.
3 - O trabalho com a inserção das mídias no cotidiano escolar deve primar não no simples processo de treinar um usuário de mídias, mas de formar cidadãos capazes de explorar as diversas ferramentas tecnológicas numa postura critico-reflexiva, sobre as inúmeras fontes de informação e comunicação que o cercam, bem como de produzir em diferentes linguagens e mídias, comprometendo-se com o impacto dessa criação no meio que o cerca.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL/UAB
DISCIPLINA: Competências Lingüísticas e Midiáticas
ALUNA: Andelma Carla Mendonça Silva

*Vida Maria


A violência dos opressores que os faz também desumanos, não instaura uma outra vocação – a do ser menos. Como distorção do ser mais, o ser menos leva os oprimidos, cedo ou tarde, a lutar contra quem os fez menos. E esta luta somente tem sentido quando os oprimidos, ao buscar recuperar sua humanidade, que é uma forma de criá-la, não se sentem idealistas opressores, nem se tornam, de fato, opressores dos opressores, mas restauradores da humanidade em ambos. (Paulo freire, 1970,16)



O curta metragem, Vida Maria, é uma animação em 3D que retrata a situação do sertanejo nordestinho e, principalmente a questão do analfabetismo feminino. Neste filme podemos ver a total submissão da mulher e a perpetuação do seu papel como função de doméstica e reprodutora, destinada a um futuro cíclico.
Vida Maria é uma eximia representação da reprodução social. A estratificação piramidal das relações entre capitalismo e trabalho, onde se estabelece a mais-valia. Nesta, fica claro que a única maneira do homem fura a barreira é através do estudo, mas como estudar se as condições sócio-econômicas e política não permitem.
As condições de produção do analfabetismo e do analfabeto têm suas causas em fatores sociais e educacionais. São sociais as condições de trabalho que, pautadas historicamente em um modelo Taylorista, não requisitavam de seus trabalhadores conhecimentos de leitura e escrita, visto que não eram necessários, bastava a força de trabalho. Assim, a força de trabalho alienado é o motor propulsor das diferenças de classes. A personagem Maria estar “distante” do mundo capitalista, vítima da má distribuição de renda no Brasil: diferenças regionais marcantes, intensa polarização capital/trabalho, sistema tributário injusto, ampla sonegação fiscal e de contribuições trabalhistas, sistema informal de trabalho, trabalhadores desempregados, inexistência de instrumentos de justiça econômica, salário mínimo muito abaixo da suas possibilidades econômicas, forte polarização urbano/rural, diferenças de renda, segundo o sexo e a etnia, alto nível de corrupção no sistema público e sistema privado, um sistema de previdência insuficiente que provocam a escolarização irregular da população.
A partir desta realidade, torna-se necessária uma reflexão a cerca dos fenômenos e ideologias das ações governamentais, sociais e educacionais, repensando os parâmetros de intersecção entre essa tríade, bem como as suas contribuições, para viabilizar a formação de uma sociedade mais humana. Há a necessidade de refletirmos sobre a função da escola para que ela atue incluindo todos os indivíduos, capacitando-os a utilizarem a leitura, a escrita e o cálculo de forma competente e crítica.







___________________________________________________________________
*Vídeo “Vida Maria”, um premiado curta metragem em animação gráfica 3D do diretor Márcio Ramos, gaúcho residente em Fortaleza, Ceará, onde atua como editor de vídeo, designer, diretor e produtor de animação para TV, filmes e internet.

Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11ª Ed. Editora Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1970.
http://uab.unb.br/moodle/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=58671. Acesso em 26/05/2010
bartolomeu.br.tripod.com/htm/modelo.htm. Acesso em 27/05/2010.